Reconstruir o Pacto Educativo Global

Compartilhe nas redes sociais

O Papa Francisco, ao lançar um Pacto Educativo Global, colocou no título o verbo “Reconstruir”, que soa de certa forma como uma denúncia, obrigando a perguntar-nos de qual educação estamos falando. É uma denúncia do neopositivismo dominante, centrado no princípio da verificação, que só educa para as coisas imanentes e se esquece da transcendência.

Não podemos, portanto, afastar-nos do conceito de educação repetidamente aprimorado por Paulo Freire, cujo centenário de nascimento estamos celebrando. É imperioso ter clareza de que a educação almejada e praticada deve levar à promoção humana dos sujeitos. Se a educação não faz crescer em humanidade, desumaniza a ponto de ameaçar a vida dos humanos e do Planeta em que vivemos.

Para a eficácia dos processos educativos que criam humanidade é preciso um Pacto Global, isto é, seguir um método, o diálogo, para superar as contraposições, evitar os conflitos e concordar a partir de uma base humana, a pessoa. Superar o individualismo que desenha uma humanidade desfigurada pelos rostos dos abastados e dos excluídos, dos que têm direito de viver e dos descartáveis.

O propósito de desencadear processos educativos humanizantes não se restringe, portanto, às instituições de ensino que se definem por seus projetos educativos, mas é um serviço de todos os humanos, a ser prestado em todos os campos da vida, que se prolonga no tempo das vidas de cada indivíduo, das comunidades e da história humana.

Eis os tópicos temáticos que deveriam ser colocados no centro do processo educativo mundial: o diálogo, as culturas e as novas gerações, a promoção e defesa dos direitos humanos e da paz, os fenômenos migratórios e a proteção aos refugiados, a cooperação internacional e o direito dos povos, o diálogo interreligioso e o serviço a uma educação aberta à transcendência, a cooperação internacional para a justiça econômica e a proteção ambiental.

Muito ainda pode ser escrito, mas nós finalizamos aqui com as palavras de Papa Francisco: “Na educação reside a semente da esperança de paz e justiça: uma esperança de beleza, de bondade; uma esperança de harmonia social”.

Notícias relacionadas